sábado, 30 de agosto de 2008

A importância da Geomedicina para a saúde pública.

Na Grécia antiga, Hipócrates, o pai da medicina, estudava o ar, as águas, os lugares e tratava de mineiros intoxicados por chumbo. Plínio, há dois mil anos, indicava o uso de máscaras feitas a partir de bexiga de carneiro para quem trabalhava nas minas. Marco Pólo, em suas viagens pela China, constatou a intoxicação e morte de cavalos por selênio. A história comprova que o homem, há muito tempo, sabe da relação entre meio ambiente e saúde. Para contar a idade da Terra, a geologia definiu períodos e nomeou-os para facilitar o estudo. O homem moderno vive no período denominado Antropoceno, que compreende 200 anos desde a Revolução Industrial até o advento do aquecimento global.

De dez anos para cá, a geologia passou a estudar os solos, as águas, os depósitos de lixo e a poluição e suas conseqüências para a saúde humana. Nascia, assim, a geologia médica, hoje já chamada de geomedicina, uma disciplina que estuda a relação entre os excesso e/ou falta de elementos químicos no meio ambiente e a saúde. “É um trabalho interdisciplinar que envolve a área médica”, explicou o professor Bernardino Figueiredo, do Instituto de Geociências da Unicamp.


Os estudos geológicos dos solos e águas servem, por exemplo, para moldar ações de saúde pública. Um dos casos citados pelo professor e também pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientas (Nepam) da Unicamp é o alto índice de chumbo no sangue dos moradores de Santo Antonio da Purificação, na Bahia. Durante anos, uma empresa mineradora doou a escória extraída da mina para a pavimentação de ruas e construção de muros da cidade. O índice de contaminação dos moradores é, hoje, um dos mais altos do mundo. “O chumbo é o segundo metal pesado mais perigoso, ao lado do mercúrio, arsênio e cádmio. Ele causa asma, problemas gástricos e retardamento mental entre outros”, explicou Figueiredo.


Pouca gente sabe, mas o solo da floresta amazônica é coberto por poeira que vem do Saara e tem, no subsolo, as mesmas concentrações de mercúrio que Chicago e Detroit. De acordo com o pesquisador do Nepam, o solo registra e guarda por muito tempo as ações ambientais. “Nossa preocupação com o desmatamento da Amazônia advém da possibilidade do mercúrio contido no subsolo escoar para os mananciais e contaminar os peixes que servem de alimento para a população daquela região. Seria uma catástrofe na área da saúde”, disse.


Exemplos bem-sucedidos da ação da geomedicina é a indicação do uso de rochas vulcânicas para o tratamento de doenças. Recentemente, no Paraná, a Fundação Pelé Pequeno Príncipe encomendou um novo mapeamento geológico do Estado para analisar a relação entre o meio ambiente e alto índice de câncer infantil naquela região. “Eles irão cruzar cinco bases de dados para o estudo”, explicou Figueiredo.



Conrado 1 E.M.A

3 comentários:

Anônimo disse...

Preciso de uma introdução e uma conclusão sobre este assunto o mais rápido possível !

Unknown disse...

Tenho dermatite atópica de último grau ( família da psoríase) muito humilde,pouca condições,gostaria de saber como faço para ir neste local (Arquipélago dos Açores)para fazer tratamento de lama.michelle (31)986154150 BH/MG bairro:Granja de Freitas ??????????

Gilberto de Paula disse...

Sou médico,estudioso da medicina ambiental. Gostaria de me aprofundar mais sobre o tema. Como devo procede?